quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Um banho

Tranquei a porta do banheiro antes que as lágrimas pudessem escorrer. Abri o chuveiro e a cabeça, precisava entender o porquê disso tudo. Onde, afinal, as coisas sairam dos planos que eu esperava? Essa mania de ser impulsiva me estragou de novo. A água caia quente. Tanto quanto meus pensamentos que fervilhavam até a cabeça doer. Cada gota queimava como brasa, mas não me incomodava. Incômodo maior é a impotência. O querer sem poder. O desejo que jamais será saciado. 
Para vencer um jogo, é preciso conhecer bem suas regras. E só então, utilizá-las ao seu favor. Mas alguns jogos exigem mais que disposição. Alguns envolvem sacrifícios. E descobri que o sacrifício mais valioso é a aparência. Não a falta de sentimento. Apenas a expressão deste. 


Minha pele já estava vermelha 
e ardia. 

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