sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Sinta-se em casa"

Como uma nômade bem treinada, home por pouco existiu e o mais próximo de um lar foi alheio. 

Sentiu-se em casa.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Justificar ausência

-Para de ser tão dramática! - Lhe disse algumas vezes.
-Mas é muita dor dentro de mim, se eu não escrever, vou explodir!

A dor deixara de vir em palavras e passou a vir em prantos. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Família Feliz

Olá, como vais, querida? Como foi teu dia? Senta-te aqui, o jantar será servido em breve e poderemos conversar melhor. Interessa-me muito saber o que tens pensado e aprendido, quais dramas perturbam teu caridoso coração e conhecer teus sonhos, teus anseios. Quero-te perto. Quero ver-te confortável. Sente-te amada? Porque és. E nenhum esforço será poupado para desviar de ti todas as dúvidas acerca do amor que há abaixo deste teto. 

Ahh.. O drama da boa família, dos bons modos e da decência encontra o verdadeiro drama, da porta que se escancara e bate contra a parede e dos gritos cuja boca cospe palavras baixas e rudes. E a boca que apenas se cala. A parede tanto já socada pela mão que deveria ser doce e fina, mas que já expõe feridas e calos. Feridas são dores. São agonias que já não cabem em palavras. 
Imagináveis são os sentimentos familiares, e entre tantos, os que não se deveriam ser sentidos por serem tão cruéis, ou tão destruidores. Amor, dor, indiferença não, raiva. E sorriso de família feliz, porque a aparência importa, não é mesmo? 
Eu não to pedindo, eu to mandando. E se não fizer da forma que eu to dizendo, você vai perder os seus dentes em casa. Pouco me importa o que você pensa que seja importante. Seca essas lágrimas porque elas não me comovem nem um pouco. 
Eu não quero saber da sua vida.

Família apoia. Família se nega. 

sábado, 25 de agosto de 2012

Tucanos

A madrugada foi gelada e um tanto curta. O dia já estava clareando e alguns pássaros balançavam os galhos das árvores lá fora. E entre o barulho do vento, havia um canto desconhecido.
-Vem aqui na janela.
Tucanos! Dois tucanos vieram desejar bom dia. E voavam, e cantavam. E eram tão bonitos. 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Hoje eu folheei o documento que justificava a criação de Brasília, o qual era dirigido ao então presidente Juscelino Kubitschek. Eram folhas escritas apenas em um dos lados, em letras datilografadas em máquina de escrever, em tons que iam de amarelo queimado a marrom claro. Com grifos em caneta de tinta vermelha. 

Atração particular por história.

domingo, 12 de agosto de 2012

dos segredos de travesseiro

Quando você coloca a cabeça no travesseiro, já depois de assumir que perdeu essa luta e que não resta mais nada senão tentar se perder os pensamentos, quando sua mente ocupa mais que seu cérebro, ele ocupa todo o universo e acompanha seu caos. E a dor vem. Desgastante, castigando e machucando o ego. E essa dor é só sua. Ninguém para ver, ninguém para ajudar. É você. E está dentro de você. Aperta os olhos e dentre os infinitos pensamentos que sobrepõem-se... Pare de pensar! Estou enlouquecendo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

sábado, 4 de agosto de 2012

Como Bárbara

Vão dizer que ela saiu para trabalhar e nunca mais voltou. Ela será assunto principal dentre família e amigos por algum tempo e mesmo depois de anos, as dúvidas acerca do que lhe passava na cabeça quando decidiu fazer algo tão drástico será tópico de discussão. Sua foto estará estampada em jornais e contas de luz. O frentista do posto dirá, mesmo sem lembranças definidas e confundidas pelo tempo, que ela parecia tranquila e satisfeita. Talvez estivesse aliviada, meu caro. Tirava de si toda a carga acumulada, grão a grão, de suas costas cansadas. Haverá tantas especulações, alguns dirão que ela fugiu com um antigo amor. Que tolice! Surgirá a dúvida "estará viva?" e lágrimas acompanharão. Foi culpa de Fulano que a pressionava ou de Fulano Outro que a abandonara. Não foi culpa de ninguém, e se for para haver um culpado, serão todos. Cada um que a fez refletir sobre absolutamente tudo e perceber que há sentimentos desnecessários, e que há pessoas que causam muita dor no mundo. Ela sumiu de tudo e de todos e se pudesse, construiria uma casa em cada canto do planeta. Uma vida inteira no mesmo lugar é muito tempo. 
Anos depois, saia no jornal de uma grande cidade a foto de uma mulher cujas rugas denunciavam alguma idade. Saiu para trabalhar e não voltou. 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O amor que se chora

Estávamos em um barzinho qualquer, há muito não bebíamos juntos, e você sabe o que a bebida faz as pessoas, não é? Na primeira vez que nos encontramos foi desse jeito, barzinho, algumas cervejas e tan-dãn, éramos um casal. Mas dessa vez era diferente. Quem me dera se fosse um primeiro encontro de novo, longe disso. Era uma despedida. E quem olhasse para mim sabia que aqueles olhos estavam inchados de tanto chorar. Ele continuava um tanto inexpressivo, mas eu quase não me importava mais com isso. Fazia pelo menos dois meses que me preparava para aquele momento. Chorava todos os dias que era para ver se as lágrimas secavam e eu poderia dizer adeus como quem avisa que está indo comprar um picolé na padaria. 
Em um guardanapo escrevi com uma bic azul "Já estou com saudades" e arrastei pela mesa de madeira pouco iluminada, guardanapo e caneta, até encontrar as mãos dele. Ele rabiscou e devolveu-me da mesma maneira. "Vou sentir sua falta também" e riu simpático quando eu olhei para ele após ler. Meu olho ardeu e meus planos de ser forte foram todos por água abaixo. Apenas abaixei o rosto e uma lágrima caiu. Marcou o guardanapo que eu ainda tinha em mãos. 
E nessa noite as lágrimas foram pesadas como nunca antes. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

_inha.

Não sei mais como estás, se continua com seus pensamentos juvenis e sonhadores, provavelmente estão amadurecidos e mantém o aspecto onírico e esperançoso. Espero que a idade tenha lhe feito bem. Para as ideias e para seu doce rosto. Cheguei a imaginar a pele que nunca toquei e os dedos que nunca entrelaçara-se. Vejo o batom que deixo na xícara de café e que jamais deixarei nos seus lábios. Eu estou realmente feliz por você estar bem. E mais ainda porque encontrou um caminho bem melhor. E é só isso. Nada vai mudar. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

It hurts so much...



Já passava das cinco da tarde quando você anunciava ir embora em breve. Cinema às 7, era o combinado. Deveria partir até as seis, mas estava deitado ao meu lado enquanto as vozes da televisão nos distraíam. Te olhei, senti apertar o peito e a respiração pesar. Engasguei ao pensar que demoraria tanto para vê-lo novamente. Os olhos arderam de repente, tudo fora do meu controle. Aquelas lágrimas que ameaçavam irromper. Calma, pensei. Esquece isso. 
Já estava até o nó da garganta envolta nessas correntes imaginárias que possuem uma força danada. De tão envolvida, sofria mesmo antes do necessário. Doía só de imaginar! E dói, dói no peito, onde a gente consegue colocar a mão e apontar "Aqui, mãe. Tá doendo aqui! Faz parar porque eu não aguento mais!"

E agora?

Temos um grande problema!


Socorro, 
socorro!


Temos um problema enorme!


Não existem adultos na internet!?


quarta-feira, 11 de julho de 2012

O cheiro dos livros

Voltei para a sala trazendo livros nos braços para mostrar-lhe. Havia entre os meus, um que ele me emprestou há alguns meses. 
Você precisa ler esse, ele me disse naquela época.
Olha os que eu to lendo, o seu tá aí também. Entreguei-lhe os livros que trazia comigo.
E como quem participava de um ritual, pegou cada livro com uma concentração quase religiosa, segurou firmemente, abriu e cheirou suas páginas. Um a um. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Flash Forward



Já havia feito muitas de suas obrigações diárias, como escovar os dentes e se alimentar conforme a dieta a qual não se recorda bem o nome, e ainda havia muitas coisas para pensar e fazer antes do entardecer.  Do café na mesa de centro, saia fumaça e o cheiro que lhe agradava tanto. Encontrava-se jogada em um sofá qualquer lendo a contracapa de um livro. Deveria lê-lo, talvez fosse dos que lhe agradassem. Leu um trecho que falava dos anos de faculdade e lembrou-se de sua época. Quando, mesmo com alguma idade, superava em maturidade as pessoas com quem estudava. Maturidade, digo por falta de melhor termo. Na verdade, ela apenas não ligava muito para essas besteiras dos pseudo-intelectuais, também conhecidos como Revolucionários de internet. Tampouco simpatizava com os outros grupinhos, nem os festeiros, nem os românticos (chegou a amar uma ou duas vezes na faculdade, mas eventualmente, preferiu ficar sozinha) , nem os estranhos. Como lera outrora em um livro, era como o Curinga de um baralho. Só conseguia manter conversas de seu agrado com os Nerds, e assim fazia.

sábado, 7 de julho de 2012

7 p.m.


Estava inquieta e irritada!
Quase derrubou o computador e sentiu uma pontada no peito quando sentiu o pé puxar o fio. O barulho dos carros lá fora, as luzes pela janela. Tudo lhe estremecia. A TV que só mostrava programas chatos e bobos. A impaciência que não a deixava parar de balançar as pernas por um segundo que fosse. Tentou respirar fundo e contar até dez. Não funcionou. Abria e fechava os olhos. Seus pensamentos lhe atormentavam. Pensou em trinta formas de solucionar toda essa agonia. Resolveu que o melhor era nada fazer. 
E ficou olhando para a TV, desinteressada.

ETC

Rapaz,

Venho por este meio lhe informar que ouvir sua voz mais cedo me deixou com as pernas bambas toda a tarde. 

Cordialmente, Ana.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Azul com música, não sei dos detalhes

A iluminação azul do banheiro lhe fazia bem. 
Na verdade, qualquer iluminação realçaria sua beleza.

Concentrado, olhava pela brecha da porta.
Meio tonta da bebida, custava-me associar todos os detalhes da noite.
Sabe quando tudo acontece tão rápido que de repente já passou?
Foi um puta momento legal e é isso o que importa. 

Ele olhava para fora e eu olhava para ele. 
Não resisti e dei-lhe um beijo de despedida. 
Como quem diz: Adorei, não vamos repetir mais vezes! 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Diálogo que certamente acontecerá

-Pois é, foi isso. Eu me estresso mesmo no trânsito e saio dando lição de moral nos erradinhos. 
-Você é muito exagerada. Fez esse drama todo sem o cara sequer ter batido, imagina se ele tivesse acertado seu carro?
-Se ele tivesse acertado, eu não teria apelado com ele... Eu só choraria. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Km/h

Enquanto eu tirava um racha com alguém que não sabia que estava competindo comigo lá pelas tantas da noite em plena Saída Sul, lembrei-me do filho da puta que enfiou o carro branco e lerdo na frente do meu me fazendo frear e instintivamente (apesar de nunca ter feito antes), ofuscar-lhe as vistas com um grosseiro farol alto. 
Por que as pessoas se enfiam nas frentes das outras. Frear corta toda a empolgação de sentir-se em Need for Speed!


Mas afinal, Ana, para que isso?
Na verdade, enquanto tirava o meu racha pessoal, eu estava mesmo era pensando que uma história deve sempre encaixar-se dentro de outra, de modo a apresentar-se em segundo plano, apesar de sua importância superior. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

23:02

-Mas por que você está ouvindo Rock uma hora dessas?

-Porque meu peito não consegue se acompanhar o ritmo de minha respiração. Tenho que agitar os ouvidos. 

sábado, 16 de junho de 2012

Descoberta

Sabe quando você tem aquele estralo na cabeça e passa a perceber tudo diferente? 


PUTZ, SEMPRE FOI ASSIM, POR QUE EU NÃO PERCEBI ANTES?


Justamente. Uma epifania acabou de acontecer enquanto eu apenas usava o banheiro. Bem, eu estou sempre sozinha. E algumas boas vezes eu fiquei mal por pensar nisso. Por achar que afastava pessoas ou que eu não era boa o bastante para relacionamentos. Mas a verdade é que eu ADORO ficar sozinha. Adoro montar minha rotina e segui-la. Eu gosto de organizar a minha vida, de ler os meus livros, ouvir minhas músicas e de ter um tempo só para mim. Por opção, do you know? Eu não gosto dos problemas alheios, não gosto de conviver com os defeitos alheios. Nem de detalhes demais sobre como foi a última festa. Por isso, depois de algum tempo, eu me afasto, como já fiz inúmeras vezes ao sentir que alguém estava gostando demais de mim. É natural. Quando você sai com uma pessoa para beber em um bar é ótimo! Tem um garçom te servindo, tem muita gente sorrindo, você não tem que limpar a bagunça depois e, é claro, a bebida tá fazendo sua parte. Mas quando você passa um dia com alguém embaixo do mesmo teto, aí você observa muita coisa que se omite no primeiro encontro. Sabe quando dizem que intimidade é uma merda? É mesmo! Não é como se eu não quisesse me envolver com ninguém, eu apenas me importo mais comigo. Então para que estragar o que é bom? Aquele sentimento de primeiro encontro sempre? Casualidade é aproveitar apenas o que há de bom. Não conhecer a pessoa por inteiro. Mas isso mantém aquela deliciosa sensação de mistério. 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Experimentei a sensação de ser uma criatura viva num planeta vivo dentro de uma Via Lactea. Talvez já tivesse consciência disso antes, pois esse era um tema que já tinha sido abordado várias vezes dentro da educação que eu vinha recebendo. Mas aquela era a primeira vez que eu sentia aquilo tudo por mim mesmo. E aquele sentimento se instalou por cada célula do meu corpo."

~O Dia do Curinga

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ordens


Decidiram que ela deveria nascer. 
E essa foi a primeira vez que obedeceu. 
Não sabia ainda que obedecer pudesse causar tanta dor
E obedeceu por toda uma vida como se dali viesse a ter uma grande recompensa.
Mas foi enganada e perdeu muitos de seus sonhos 
Mesmo quando seguir ordens alheias lhe custavam a respiração, ainda o fazia. 
Não merecia.
E depois de jurar muito mais de duas vezes que não podia mais suportar
Resolveu tomar a única decisão que seria inteiramente dela. 
Prendeu a respiração. Para sempre. 

domingo, 27 de maio de 2012

Pedido

Passou pela porta de madeira que ele mesmo desenhara. Seus detalhes indianos, delicadamente talhados em um serviço minucioso, o orgulhava. Sorriu. Estava claro, o dia. E seus olhos castanhos ficaram cor de mel. Já não era tão novo e havia passado por bons bocados. A vida não era tão fácil para ninguém naquelas épocas. Pelas ruas, em frente às praças ou tomando um café, ali estavam os soldados. 


Que era para ninguém esquecer: era Guerra. 

Apressou o passo. Estava atrasada. Desde que terminou a faculdade, nunca mais teve tempo para caminhar calmamente e apenas observar a paisagem e as pessoas. Gostava do seu trabalho, e desde que fez aquela promessa, seguia-a religiosamente, apesar de não acreditar em religião nenhuma. 


Foi até a bilheteria da casa de shows. Havia uma fila, tomou-a. Voltou para casa radiante, finalmente iria a um show que valesse a pena. "Muita gente vai desejar ter esta oportunidade, mas jamais terão. O tempo não permitirá." 


Atendeu o telefone enquanto trocava a bolsa de braço, apoiando-o entre o ombro e a face:
-Alô?
-Não esqueceu que a gente marcou hoje a noite né?
-(...) Claro que não! Pode deixar, estarei lá!
Agora precisava urgentemente de um presente. Lembrou-se que não longe havia uma livraria e dava para voltar ao trabalho apenas um pouco atrasada.


Dia do concerto mais esperado do ano, da década, do século! E ali ele estava, absorto e descrente. Esqueceu-se, por uma noite, tudo o que frustrara-o até então. Sentiu que o vazio em si, talvez, algum dia poderia ser preenchido. Tinha quase tudo que desejava, e tão irônico quanto nos romances que lia, faltava-lhe alguém para amar. 


Enquanto dirigia-se ao caixa, um DVD chamou-lhe a atenção. Resolveu levar para casa. Era de um show antigo, sobre a cômoda ficou por algumas semanas e em um certo feriado, finalmente saiu da capa e concretizou-se em imagens. 


Estava na primeira fila.


Assistiu atentamente enquanto comia pipoca.


De terno e gravata, desejava um amor tal qual o destas músicas.


Estava de moletom e envolvida em duas cobertas. Sabia que todos aqueles poemas musicalizados só falavam de dor. Da dor que um amor pode causar, e é por isso que não se permitia sentir nada por ninguém. Preferia os amores platônicos. Tanto que decidiu amar aquele jovem que apareceu por uma fração de segundo na tela do vídeo.


Ele sabia como seria a mulher perfeita para ele. 


Ela já tinha perdido as contas de o quanto desejou um amor que não tivesse como brinde o sofrimento.


Vontades se tornam realidade.

Ele a amaria e juraria jamais magoá-la.

Ela o completaria e tornaria real todos os seus sonhos.

...

É uma pena não se conhecerem.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Suicide


Comentários de Fulano se matou corre pelos corredores da repartição.
(...)


-Pra mim, a pessoa que se preocupa tanto com a opinião alheia ao ponto de se suicidar é fraca. 

Com pincel, faço um desenho

Quando me disseram que as nuvens não eram de algodão e que Papai Noel não existe, eu ainda não imaginava que tudo fosse se complicar tanto. 
Sejamos todos artistas para conseguir passar por tudo isso e ainda assim sermos felizes. 


Que fazer? Olhar com paciência, observar com candura, agir com delicadeza. 

Trabalho

Conforto da rotina. 
Dispersa os pensamentos de cama. 
"Quem tem roupa pra lavar não fica pensando no sentido da vida". 
Sorrisos e responsabilidade.
Gentileza gera gentileza.
Segundaasextafeira.
Trabalho, apenas. 


E cheiro de café. 

domingo, 13 de maio de 2012

A vida dói

Um professor, certa vez, perguntou qual haveria de ser o motivo de vivermos. Dentre as respostas sugeridas pelos alunos, destacavam-se "ter dinheiro", "viajar", "construir uma família"... , e o professor argumentou dizendo que todas estas opções podiam se resumir em apenas uma:


"Ser feliz"

Será mesmo tão difícil chegar ao fim da vida satisfeito? Por que o mundo é tão cheio de desalegrias? Tristeza alheia quase não comove mais. Não o bastante para que haja força de mudança. 
Pessoas deste mundo: Uni-vos! E conheçam-se! Auto-conhecimento é o primeiro passo para uma vida de felicidade. O segundo é interessar-se somente pelo presente. Aproveitar o instante, sem remoer o passado com o que poderia ter sido. E sem se preocupar com o futuro. Ele chegará, e se seu presente for bem cuidado, seu futuro também será. 
No final, tudo vai ficar bem. 

Dói. Dói bastante viver, e é muito pior se está sozinho. Valorize os amigos, faça-se presente em suas vidas nos sorrisos, e eles estarão contigo nas lágrimas. 
Bem verdade que a gente faz umas besteiras e se arrepende depois. Mas no presente, a única coisa que realmente importa é respirar e manter a mente leve. 

Coisas boas dependem do observador. 
Felicidade também. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Voa, voa!

Hoje meus pensamentos resolveram 
que a saudade seria assunto do dia
Sentimentos doces que vieram coloridos
Rosa
Azul
Branco
Rápido como um beijo de despedida casual
Intenso torpor de transcendência
Que me enche o sorriso
Só de lembrar que superou muito sonho
E que se deixou saudade
É porque ...


Dava borboletas no estômago. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Teatro Mágico

Vai ter show do Teatro Mágico esse fim de semana, e lá vou eu (mesmo sem saber as letras das músicas). To depositando um tantinho de expectativas nesse evento, mas só um tantinho... porque é melhor esperar o pior. 


"Minha nossa, é só ficar longe que logo eu penso em você"

Já não me incomodo tanto quando me lembro de você. Passei da raiva. Já estou pertinho da aceitação. Hoje me lembrei de quando acordei ao lado seu (que feio escrever para você, não quero que você saiba disso, pra ser bem sincera)... 
de novo:
Hoje me lembrei de quando acordei ao lado dele... Na verdade, não sei ao certo se posso afirmar que acordei, porque na verdade não dormimos. Eram cochilos, seguidos de um abraço aqui, um cochilo, um beijinho ali, mais outro cochilo, um murmurio de "hmm to com fome", outro cochilo. Mas entre tantos vais-e-vens e cobertas, docemente sonhei com ele. E ele veio ele me contar, ainda na cama, que sonhara comigo! 
Quão mágico pode ser o teatro de um sonho enquanto dorme abraçado ao motivo maior de sua noite?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O amor após o amor.

“Há de chegar a hora em que com alegria, você vai se cumprimentar ao chegar à porta de casa, em seu próprio espelho,
e cada um sorrirá diante da acolhida do outro, e dirá, sente-se aqui. Coma. Você amará de novo o estranho que era si mesmo.
Dê vinho. Dê pão. Devolva seu coração a ele mesmo, ao estranho que amou você desde que você nasceu, que você ignorou por outro; que o conhece de cor.
Tire as cartas de amor da estante, as fotografias, os bilhetes desesperados, tire sua própria imagem do espelho.
Sente-se. Celebre sua Vida.”

~ Derek Walcott, Prêmio Nobel de Literatura (1992)

domingo, 22 de abril de 2012

Gatos e livros

Como o gato que chega já se esfregando o focinho frio na minha mão, sem perguntar se eu to afim de lhe fazer um carinho. Ah, gato... seu pilantra! Você vem quando lhe é conveniente, não é? Vai eu fazer carinho enquanto você estiver em um dos seus cochilos. Me olha torto e sai de perto como quem diz "não enche". Gato, gato que alimento há alguns anos, não seja ingrato. Sei que você não é meu. Mas custa ser gentil com quem lhe agrada? Abaixa essa bola que você não é lá essas coisas mais não. Há alguns anos você estava novo e magro. Agora o peso do tempo de faz dormir a maior parte do tempo e suas gorduras não te permitem mais saltos tão altos. 


Ah garoto, vê se cresce! O que você tem não é todo o necessário, lhe falta muito ainda! Abaixa essa bola que você nunca foi lá essas coisas não. Tá aí se achando a última coca-cola do deserto quando a causa desse alvoroço todo está somente na minha mente. Você ser ou não o último biscoito do pacote não depende de você, depende de mim. Começou-se pelos defeitos e pelos defeitos terminará. O que você tem, de pouco é mérito seu. Pura sorte. 
Vê se não esquece de passar aqui qualquer dia para buscar teu livro. Ou quem sabe eu compre outro igual e lhe mande pelos correios que é para evitar qualquer constrangimento. Ou não. 
Chegou sem perguntar o que eu queria e já foi apropriando-se do meu tempo e dos meus pensamentos e quando isto tomou forma, decidiu, sozinho, que era hora de começar a ler outro livro antes de passar da página 15 deste? 
Acredite quando lhe digo: este livro ainda está sendo escrito, e modéstia a parte, você vai se surpreender. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amor de(s)fila

-É seu primeiro dia ? 
-Como disse?
-É o seu primeiro dia aqui? 


Típica conversa para matar o tempo. O jovem com rosto de pouca idade demonstrou-se sociável e até bem simpático. Algumas vezes eu desviava e olhava para baixo, para o celular ou até mesmo para a janela. Mas ele sempre me olhava nos olhos. 
"Será que desfilaremos pela avenida de mãos dadas?" pensava.


Não sei seu nome, nem nunca saberei. Acabou-se aí um amor perfeito. Amor de fila de espera. Amor Platônico. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

17.

Você. 
Ser pensante que acompanha estas linhas. Cujos olhos moveram-se do canto esquerdo ao canto direito deste, enquanto uma voz reproduz estas palavras. Ouça bem o que esta voz em sua mente diz:
De tantas coisas imprescindíveis da vida, há uma que você não pode esquecer. Tenha em mente o que você quer e o que não quer. E trace sobre estas vontades, metas. Pontos de partida, pontos de chegada. 


Particularmente, simpatizo com números. Os acho convenientíssimos em minhas metas. A precisão me fascina e me foca no que realmente importa. E é por isso que hoje escrevo isto. Dia dezessete não superou grandes expectativas. Exerceu bem seu papel de simples dia dezessete. Nenhum feriado, nenhuma grande notícia no Jornal. Sequer para mim foi grande coisa. "Rotineiro", diria.
Mas exatamente neste dia, cujo poucas horas ainda restam, dar-se início a uma nova meta, que parte de um fim. 


...


Pode sentir?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vai ficar tudo bem


“Quando você percebe que o universo inteiro é uma manifestação da sua mente, você se torna onipresente. E na onipresença estão contidas todas as nossas necessidades, e todas as nossas necessidades são preenchidas a partir do nosso interior. Mas quando você começa a se preocupar e a pensar sobre isso, você estraga tudo. Então você tem que fazer coisas humanas para tomar conta de si mesmo. Mas se você deixa essa camada humana sozinha, e volta para a compreensão que está tudo na sua mente, você automaticamente solta a mente, e o Ser toma conta, trazendo as pessoas certas pra sua vida, a situação certa, o endereço certo. Lembre-se, seu corpo veio para essa terra por causa do karma. E vai passar pelo que quer que tenha que passar. Mas você não tem nada a ver com isso porque você não é seu corpo. Mas se você pensar sobre isso você estraga. Por isso, permita seu corpo fazer o que quer que ela tenha vindo fazer aqui. Não interfira. Não lute. Simplesmente observe. Não reaja. Você ficará bem.”
~ Robert Adams




Nem tanto


Não sou tão vivida
Nem tão experiente
Mas já senti a dor de perder um amor
ou mais que um. 
Falta o chão! 
(Essa é a melhor definição)


...


Agora, 
Das duas uma
ou eu não me envolvi o bastante
em outras palavras, não amei. 
ou aprendi a desapegar, a não desesperar
(Não amá-lo mais que a mim).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Anelariar


Já dizia a canção "to namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora..."


Acabei de me desfazer de um bem. Quebrou-se ao chocar-se com o chão. Deixou de ser anel. Agora carrego deste, somente a marca que o sol fez. 
Ando pela rua e uso a caneta alheia exibindo uma falha na cor do dedo anelar direito. 
Até entendo o motivo para o qual me olham e a melancolia invade o ar. Não era uma aliança, mas andei sob o clima de fim-de-relação (apesar de não haver). 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Vida, morte e ressurreição de uma Hippie

Desde que eu me entendo por gente que sou completamente apaixonada por tudo relativo a natureza e aventuras. Me fascina o cheiro de se estar em uma mata fechada e de ouvir o relaxante som que um rio faz. Liberdade para mim sempre foi isso, estar perto do que é natural, do que é verde, do que é assim há milhares de anos e não mudou. O cajuzinho de cerrado que retiro do pé, e ainda aquecida do sol, como em apenas uma mordida, separando fruto de castanha. Ou o primeiro mergulho em um rio: quando passo alguns minutos apenas com os pés na água, pensando em absolutamente nada antes de me jogar por inteira na água gelada. Toda essa paixão se exteriorizou, adorava usar pulseiras, colares, usar o cabelo meio bagunçado e algumas roupas de estilo bem hippie (vestidos longos e coloridos, inclusive). 


Q?


Mas aí, não sei ao certo como ou porque, acabou. Aos poucos fui deixando meu lado hippie adormecer e já começo a achar que ele está em coma. Ainda tenho minha paixão por aventura, mas não exercito mais. Há tempos que não vou em uma cachoeira e tenho sentido falta de ares frescos e sons de folhas secas no chão. Quero acampar e acordar cedinho para uma trilha antes mesmo de tomar café, nunca se sabe o que a natureza pode te presentear a cada dia. Pode sentir?  


Me acompanha nessa?  

domingo, 1 de abril de 2012

Decisões.

      E toda a alegria que estivera presente até ali apenas se desfez. Mais de um mês de ilusões que ela mesma decidira acreditar, como um vidro ao ser atingido por uma bala de revolver, quebrou-se. Estava sentada, ainda bem, pôde disfarçar o nervosismo que a fez estremecer. E estava comendo, isso podia ser usado como desculpa para o silêncio posterior. A ausência de qualquer som no ambiente contrastava e muito com a quantidade de gritos que se passavam em sua cabeça. 
      Passou o restante da noite meio perturbada, não sabia ao certo como agir. Tentou imaginar o que seus amigos diriam. Confabulou sobre as consequências que suas atitudes poderiam gerar. Preocupou-se e ficou muito agoniada. Chegou a negar um beijo, sem deixar isto muito explicito. 
      Estava sozinha, e sozinha teve de decidir que conselho dar a si mesma. Chegou a procurar em algum livro qualquer frase que a ajudasse. Foi então que ela entendeu que nada podia ser levado tão a sério. E que fechar-se não a ajudaria em nada, apenas a afastaria daquela, ainda que limitada, alegria diária. Resolveu fazer valer a pena. Não foi fácil, mas certamente foi a melhor decisão que ela poderia ter tomado sobre tudo aquilo. 

sábado, 31 de março de 2012

quinta-feira, 29 de março de 2012

An

Vidro do carro embaçado de chuva e de suor. Desenhei um A mal feito. Você desenhou um N. 
-Se eu colocar outro A, vira Ana. 
-Ah é... verdade. 
(eu sei que você pensou que eu escreveria seu nome) 
Deixei assim mesmo: An

segunda-feira, 26 de março de 2012

de dia faz calor


Tirou o rei da barriga
e foi almoçar no restaurante da esquina


Ficou tão amiga do cotidiano
que carinhosamente o apelidou
Quoti.
E assim o fez não apenas para encurtar
Também gostava do som que fazia
Quo-, com biquinho
Ti porque era engraçado.


Andou de carro por algumas horas
E sua companhia por todo o trajeto
Foi Sofia.
A mais amada.
Agora também por esta.


Até onde vai a preguiça?
Ou seria sono?
A consequência se assemelha
independente da causa.




...


Há tanto para se pensar todos os dias.


8

domingo, 18 de março de 2012

Tirei o relógio que é pra não ver o tempo

Olhei para aquela janela grande de madeira, por onde passavam linhas paralelas com pouca luz. Virei o rosto para a esquerda, vi alguns livros na cabeceira. Minhas mãos que encontravam outras mãos, cruzando os dedos. O indicador que viajava do polegar ao indicador daquela mão que não era minha, bem devagar. E estava feliz. Com um sorriso disfarçado ainda pelo sono. Como se ainda estivesse dormindo e não passasse da visita de um sonho. Não dessa vez. Um corpo sob o meu, só para aquecer e esquecer que o tempo passa. 


(...)


-Dá preguiça ficar assim.

domingo, 11 de março de 2012

de um livro alaranjado

"Foi nessa semana que Laila se convenceu de uma verdade: de todas as dificuldades que uma pessoa tem de enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar."


A cidade do Sol

quinta-feira, 8 de março de 2012

de ontem e hoje


Porque mesmo que rolem lágrimas
Que seu choro seja visto até por quem já te deixou
E sua tristeza te faça repensar quem tem sido
Quem quer ser
E ainda que um dia seja tal qual o inferno é descrito
Que os momentos de alegria abundante sejam quebrados como vidro
E estilhaçados, deixando somente o coração apertado e a aflição
Haja dor, haja agonia
Haverá o hoje, e a dor de ontem será só mais uma lembrança. 




segunda-feira, 5 de março de 2012

Pixels

-Tranquilo
E fim.

Vai ser tranquilo mesmo. O que tirava a minha tranquilidade era essa lógica que você seguia, e que de lógico não tinha nada. Amar sem se importar. Pois bem, vamos seguir o seu método então. Quem não se importa mais sou eu. 
Há muito tempo que eu precisava de um tempo de você. Insistir em algo que está destinado ao fracasso é perda de tempo. E eu não pedi muito. Na verdade, o que eu pedi foi o básico de um amigo. 
Amizade de pixels? Não, obrigada. 

quinta-feira, 1 de março de 2012

Ana


Cuidado Ana!
Cuidado com o que você pede
Pois de repente ele aparece
Vendendo ilusões a prazo
Fazendo tudo para estar a seu lado



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

2012 fev

Nem sei se vai ser diferente
até pode ser, por algum tempo.


Três horas, três dias
será que chegaria às três semanas?


Será que passa disso ou
será que passará?

Sobre estralar dedos do pé

Já não machuca mais
Estralos nos dedos do pé
Já tornou-se costume
Como tantos outros
Continuo a lembrar onde surgiu o hábito
Não é como se fosse coisa grande
Agora é só lembrança
Quase herdada
Como tatuagem que se vê e apenas recorda
Sem dor.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sexta a noite

A cerveja já tinha feito algum efeito. Não conseguia mais obter tanto foco na minha visão. Mas eu estava ali, sabia exatamente o que viria. Era só questão de algum tempo. A conversa era sobre qualquer coisa sem muita importância. 
-Preciso ir ao banheiro.
Você me segurou e pediu que eu esperasse.


E dali até o fim da noite, uma beleza ímpar se formou.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Assine aqui.

-Então... Assim, se a gente chegar aos 40 sem marido/esposa, a gente casa, o que você acha?
-Eu topo.
Apertamos as mãos.


Minha vida é meio cheia de contratos de casamentos se-nada-der-certo-até-lá. Tenho pelo menos uns quatro, que me lembre. Ana, aquela que não serve hoje, mas é bom ter como estepe. Uma ótima pessoa, daria uma maravilhosa esposa... mas é só a segunda opção. Como eu odeio isso!
Outro dia tava conversando com a minha amiga sobre um grande amigo com quem eu já tive um rolo ou outro. E percebi exatamente isso. Sou muito estepe dele. Daí quando tomo coragem pra jogar tudo pro ar e me livrar dessa paixãozinha platônica, adivinhe só... Ele aparece todo se querendo pro meu lado. 


Muito gente fina vocês. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eu é que não dou mais murro em ponta de faca por seu ninguém!
Todo mundo tem um limite e o meu já chegou.
Seu Ninguém é que arrume outra melhor amiguinha. 


;)


R.A.

Quem foi que inventou que a esperança deveria ser a última a morrer? Na moral, isso é uma das piores coisas que podem existir. Essa tal da esperança só serve pra consolar quem está prestes a chutar o balde ou para torturar (não é só sofrimento... certeza que é tortura) quem perdeu alguém que gostava mas ainda imagina que essa pessoa possa ver o tamanho da burrice que fez ao não te querer e voltar correndo pros seus braços (AHAM até parece!). 
E que diabos de mania feia eu tenho de ser Creep (a ver: http://teoriapedestaltica.blogspot.com ). Pra quem não sabe, Creep é aquele que sofre sempre pelos seus pedestais, aquela pessoa inalcançável e exatamente do número que você sempre quis. Amor platônico, capiche?






De qualquer forma, quem se fode nessa história? Eu. Daí sempre rolam os conselhos do tipo "vai acontecer naturalmente, tem que ter paciência" que na hora até pode fazer sentido. Mas o sentimento de impotência é tão grande que só me vem a cabeça um belo e grande Foda-se todo mundo que já tem sua metade-da-laranja quero mais é que vocês se explodam. Chega de histórinha de filme de romance, chega de esperar e chega de imaginar que as pessoas mudam. Um babaca será sempre um babaca. Por mais que você goste adoidado dele, não vale a pena. Vamos aprender a conviver com sua condição natural a qual você está tão acostumada e insiste que deseja o contrário. Solteira. Isso é o que eu sou. Assumir é o primeiro passo para a recuperação. Não é mesmo?
Deveria existir um RA: Rejeitados anônimos. Certeza que eu preciso de um desses. 


Oi eu sou a Ana e certeza que você vai me dar um fora em breve

domingo, 5 de fevereiro de 2012

-

Sabe o que é?


To precisando seguir meus conselhos.

Eu não entendo

Por que você não disse que viria?
Logo agora que eu tinha
Me curado das feridas
Que você abriu quando se foi
Por que chegou sem avisar?
Eu queria tempo pra me preparar
Com a roupa limpa, a casa em ordem
E um sorriso falso pra enganar

Eu não entendo a sua volta
Eu não entendo a sua indecisão
Num dia sou o seu grande amor
No outro dia não

Por que a surpresa da sua volta?
Justo quando eu tento vida nova
Você vem pra perguntar
Se tudo que eu sentia acabou
Você até parece um vício
Que largar é quase impossível
Exige muito sacrifício
E quando eu me considerava limpo
Vem você pra me oferecer mais.



-Nenhum de Nós-

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Run!

Então lá eu estava. No início ou fim de uma calçada. Olhei até onde a vista alcançou e tudo o que vi foi um caminho entre árvores bem verdes e  senti poucos pingos de da chuva que dominou toda a tarde. Alonguei-me, respirei bem fundo. "Só paro quando não aguentar mais" pensei. Pá! Poucos segundos depois senti no meu pé esquerdo um incômodo. DOR. Ah, sua bandida, tentando me roubar dos meus sonhos, Você não vai conseguir. Hoje, você é quem vai esperar! Comecei a marcar o tempo. TIC TAC TIC. 12 minutos. Já nem dói mais. A gota de suor que se formava na minha testa e caia no chão, escondendo-se entre a água da chuva anterior. Chegava ao fim da calçada. A dor apertou fazendo-me mancar. A música que tocava fervilhou meu sangue. Lembrei-me da última raiva. Corri! Corri tanto quanto pude. Mal sentia a respiração, parecia tão... natural. Podia sentir toda a fúria correr pelas veias. Quando percebi, meus punhos estavam tão fechados que machucavam-me e eu corria tão rápido que ganharia uma disputa com facilidade. Mas aquela dor não era nada perto do pé que doia, do peito que ardia e da raiva. 
-Puta que pariu mesmo! 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Nunca mais!


Ah vá!

Vá se fuder fi de uma rapariga gorda escroto cretino filho da puta vá tomar no meio do seu cu babaca
Como assim você me aparece
E me deixa com frio depois de sair?
Bela, bela, bela
Ela anda na rua 
Como quem passa na passarela
O mundo é dela

O mundo é meu.
Todo meu.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Um banho

Tranquei a porta do banheiro antes que as lágrimas pudessem escorrer. Abri o chuveiro e a cabeça, precisava entender o porquê disso tudo. Onde, afinal, as coisas sairam dos planos que eu esperava? Essa mania de ser impulsiva me estragou de novo. A água caia quente. Tanto quanto meus pensamentos que fervilhavam até a cabeça doer. Cada gota queimava como brasa, mas não me incomodava. Incômodo maior é a impotência. O querer sem poder. O desejo que jamais será saciado. 
Para vencer um jogo, é preciso conhecer bem suas regras. E só então, utilizá-las ao seu favor. Mas alguns jogos exigem mais que disposição. Alguns envolvem sacrifícios. E descobri que o sacrifício mais valioso é a aparência. Não a falta de sentimento. Apenas a expressão deste. 


Minha pele já estava vermelha 
e ardia. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Trevo de 4 folhas


O acaso 
E seus acidentes


Bons, maus
ou quem sabe, não é mesmo?


Escolha
ou deixe a disposição da sorte. 




domingo, 22 de janeiro de 2012

Home

Enxergou as luzes da cidade que tanto gosta
E sorriu discretamente
Mil e mais mil pontinhos amarelos
Desorganizadamente organizados
Passavam das oito
Mas ainda não estava de todo escuro
Confortou-se ao pensar que ainda eram 7
"No horário de Deus" como ouviu outro dia.