terça-feira, 28 de agosto de 2012

Família Feliz

Olá, como vais, querida? Como foi teu dia? Senta-te aqui, o jantar será servido em breve e poderemos conversar melhor. Interessa-me muito saber o que tens pensado e aprendido, quais dramas perturbam teu caridoso coração e conhecer teus sonhos, teus anseios. Quero-te perto. Quero ver-te confortável. Sente-te amada? Porque és. E nenhum esforço será poupado para desviar de ti todas as dúvidas acerca do amor que há abaixo deste teto. 

Ahh.. O drama da boa família, dos bons modos e da decência encontra o verdadeiro drama, da porta que se escancara e bate contra a parede e dos gritos cuja boca cospe palavras baixas e rudes. E a boca que apenas se cala. A parede tanto já socada pela mão que deveria ser doce e fina, mas que já expõe feridas e calos. Feridas são dores. São agonias que já não cabem em palavras. 
Imagináveis são os sentimentos familiares, e entre tantos, os que não se deveriam ser sentidos por serem tão cruéis, ou tão destruidores. Amor, dor, indiferença não, raiva. E sorriso de família feliz, porque a aparência importa, não é mesmo? 
Eu não to pedindo, eu to mandando. E se não fizer da forma que eu to dizendo, você vai perder os seus dentes em casa. Pouco me importa o que você pensa que seja importante. Seca essas lágrimas porque elas não me comovem nem um pouco. 
Eu não quero saber da sua vida.

Família apoia. Família se nega. 

Um comentário:

E aí?