sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Teatro Mágico

Vai ter show do Teatro Mágico esse fim de semana, e lá vou eu (mesmo sem saber as letras das músicas). To depositando um tantinho de expectativas nesse evento, mas só um tantinho... porque é melhor esperar o pior. 


"Minha nossa, é só ficar longe que logo eu penso em você"

Já não me incomodo tanto quando me lembro de você. Passei da raiva. Já estou pertinho da aceitação. Hoje me lembrei de quando acordei ao lado seu (que feio escrever para você, não quero que você saiba disso, pra ser bem sincera)... 
de novo:
Hoje me lembrei de quando acordei ao lado dele... Na verdade, não sei ao certo se posso afirmar que acordei, porque na verdade não dormimos. Eram cochilos, seguidos de um abraço aqui, um cochilo, um beijinho ali, mais outro cochilo, um murmurio de "hmm to com fome", outro cochilo. Mas entre tantos vais-e-vens e cobertas, docemente sonhei com ele. E ele veio ele me contar, ainda na cama, que sonhara comigo! 
Quão mágico pode ser o teatro de um sonho enquanto dorme abraçado ao motivo maior de sua noite?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O amor após o amor.

“Há de chegar a hora em que com alegria, você vai se cumprimentar ao chegar à porta de casa, em seu próprio espelho,
e cada um sorrirá diante da acolhida do outro, e dirá, sente-se aqui. Coma. Você amará de novo o estranho que era si mesmo.
Dê vinho. Dê pão. Devolva seu coração a ele mesmo, ao estranho que amou você desde que você nasceu, que você ignorou por outro; que o conhece de cor.
Tire as cartas de amor da estante, as fotografias, os bilhetes desesperados, tire sua própria imagem do espelho.
Sente-se. Celebre sua Vida.”

~ Derek Walcott, Prêmio Nobel de Literatura (1992)

domingo, 22 de abril de 2012

Gatos e livros

Como o gato que chega já se esfregando o focinho frio na minha mão, sem perguntar se eu to afim de lhe fazer um carinho. Ah, gato... seu pilantra! Você vem quando lhe é conveniente, não é? Vai eu fazer carinho enquanto você estiver em um dos seus cochilos. Me olha torto e sai de perto como quem diz "não enche". Gato, gato que alimento há alguns anos, não seja ingrato. Sei que você não é meu. Mas custa ser gentil com quem lhe agrada? Abaixa essa bola que você não é lá essas coisas mais não. Há alguns anos você estava novo e magro. Agora o peso do tempo de faz dormir a maior parte do tempo e suas gorduras não te permitem mais saltos tão altos. 


Ah garoto, vê se cresce! O que você tem não é todo o necessário, lhe falta muito ainda! Abaixa essa bola que você nunca foi lá essas coisas não. Tá aí se achando a última coca-cola do deserto quando a causa desse alvoroço todo está somente na minha mente. Você ser ou não o último biscoito do pacote não depende de você, depende de mim. Começou-se pelos defeitos e pelos defeitos terminará. O que você tem, de pouco é mérito seu. Pura sorte. 
Vê se não esquece de passar aqui qualquer dia para buscar teu livro. Ou quem sabe eu compre outro igual e lhe mande pelos correios que é para evitar qualquer constrangimento. Ou não. 
Chegou sem perguntar o que eu queria e já foi apropriando-se do meu tempo e dos meus pensamentos e quando isto tomou forma, decidiu, sozinho, que era hora de começar a ler outro livro antes de passar da página 15 deste? 
Acredite quando lhe digo: este livro ainda está sendo escrito, e modéstia a parte, você vai se surpreender. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amor de(s)fila

-É seu primeiro dia ? 
-Como disse?
-É o seu primeiro dia aqui? 


Típica conversa para matar o tempo. O jovem com rosto de pouca idade demonstrou-se sociável e até bem simpático. Algumas vezes eu desviava e olhava para baixo, para o celular ou até mesmo para a janela. Mas ele sempre me olhava nos olhos. 
"Será que desfilaremos pela avenida de mãos dadas?" pensava.


Não sei seu nome, nem nunca saberei. Acabou-se aí um amor perfeito. Amor de fila de espera. Amor Platônico. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

17.

Você. 
Ser pensante que acompanha estas linhas. Cujos olhos moveram-se do canto esquerdo ao canto direito deste, enquanto uma voz reproduz estas palavras. Ouça bem o que esta voz em sua mente diz:
De tantas coisas imprescindíveis da vida, há uma que você não pode esquecer. Tenha em mente o que você quer e o que não quer. E trace sobre estas vontades, metas. Pontos de partida, pontos de chegada. 


Particularmente, simpatizo com números. Os acho convenientíssimos em minhas metas. A precisão me fascina e me foca no que realmente importa. E é por isso que hoje escrevo isto. Dia dezessete não superou grandes expectativas. Exerceu bem seu papel de simples dia dezessete. Nenhum feriado, nenhuma grande notícia no Jornal. Sequer para mim foi grande coisa. "Rotineiro", diria.
Mas exatamente neste dia, cujo poucas horas ainda restam, dar-se início a uma nova meta, que parte de um fim. 


...


Pode sentir?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vai ficar tudo bem


“Quando você percebe que o universo inteiro é uma manifestação da sua mente, você se torna onipresente. E na onipresença estão contidas todas as nossas necessidades, e todas as nossas necessidades são preenchidas a partir do nosso interior. Mas quando você começa a se preocupar e a pensar sobre isso, você estraga tudo. Então você tem que fazer coisas humanas para tomar conta de si mesmo. Mas se você deixa essa camada humana sozinha, e volta para a compreensão que está tudo na sua mente, você automaticamente solta a mente, e o Ser toma conta, trazendo as pessoas certas pra sua vida, a situação certa, o endereço certo. Lembre-se, seu corpo veio para essa terra por causa do karma. E vai passar pelo que quer que tenha que passar. Mas você não tem nada a ver com isso porque você não é seu corpo. Mas se você pensar sobre isso você estraga. Por isso, permita seu corpo fazer o que quer que ela tenha vindo fazer aqui. Não interfira. Não lute. Simplesmente observe. Não reaja. Você ficará bem.”
~ Robert Adams




Nem tanto


Não sou tão vivida
Nem tão experiente
Mas já senti a dor de perder um amor
ou mais que um. 
Falta o chão! 
(Essa é a melhor definição)


...


Agora, 
Das duas uma
ou eu não me envolvi o bastante
em outras palavras, não amei. 
ou aprendi a desapegar, a não desesperar
(Não amá-lo mais que a mim).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Anelariar


Já dizia a canção "to namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora..."


Acabei de me desfazer de um bem. Quebrou-se ao chocar-se com o chão. Deixou de ser anel. Agora carrego deste, somente a marca que o sol fez. 
Ando pela rua e uso a caneta alheia exibindo uma falha na cor do dedo anelar direito. 
Até entendo o motivo para o qual me olham e a melancolia invade o ar. Não era uma aliança, mas andei sob o clima de fim-de-relação (apesar de não haver). 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Vida, morte e ressurreição de uma Hippie

Desde que eu me entendo por gente que sou completamente apaixonada por tudo relativo a natureza e aventuras. Me fascina o cheiro de se estar em uma mata fechada e de ouvir o relaxante som que um rio faz. Liberdade para mim sempre foi isso, estar perto do que é natural, do que é verde, do que é assim há milhares de anos e não mudou. O cajuzinho de cerrado que retiro do pé, e ainda aquecida do sol, como em apenas uma mordida, separando fruto de castanha. Ou o primeiro mergulho em um rio: quando passo alguns minutos apenas com os pés na água, pensando em absolutamente nada antes de me jogar por inteira na água gelada. Toda essa paixão se exteriorizou, adorava usar pulseiras, colares, usar o cabelo meio bagunçado e algumas roupas de estilo bem hippie (vestidos longos e coloridos, inclusive). 


Q?


Mas aí, não sei ao certo como ou porque, acabou. Aos poucos fui deixando meu lado hippie adormecer e já começo a achar que ele está em coma. Ainda tenho minha paixão por aventura, mas não exercito mais. Há tempos que não vou em uma cachoeira e tenho sentido falta de ares frescos e sons de folhas secas no chão. Quero acampar e acordar cedinho para uma trilha antes mesmo de tomar café, nunca se sabe o que a natureza pode te presentear a cada dia. Pode sentir?  


Me acompanha nessa?  

domingo, 1 de abril de 2012

Decisões.

      E toda a alegria que estivera presente até ali apenas se desfez. Mais de um mês de ilusões que ela mesma decidira acreditar, como um vidro ao ser atingido por uma bala de revolver, quebrou-se. Estava sentada, ainda bem, pôde disfarçar o nervosismo que a fez estremecer. E estava comendo, isso podia ser usado como desculpa para o silêncio posterior. A ausência de qualquer som no ambiente contrastava e muito com a quantidade de gritos que se passavam em sua cabeça. 
      Passou o restante da noite meio perturbada, não sabia ao certo como agir. Tentou imaginar o que seus amigos diriam. Confabulou sobre as consequências que suas atitudes poderiam gerar. Preocupou-se e ficou muito agoniada. Chegou a negar um beijo, sem deixar isto muito explicito. 
      Estava sozinha, e sozinha teve de decidir que conselho dar a si mesma. Chegou a procurar em algum livro qualquer frase que a ajudasse. Foi então que ela entendeu que nada podia ser levado tão a sério. E que fechar-se não a ajudaria em nada, apenas a afastaria daquela, ainda que limitada, alegria diária. Resolveu fazer valer a pena. Não foi fácil, mas certamente foi a melhor decisão que ela poderia ter tomado sobre tudo aquilo.