segunda-feira, 30 de julho de 2012

O amor que se chora

Estávamos em um barzinho qualquer, há muito não bebíamos juntos, e você sabe o que a bebida faz as pessoas, não é? Na primeira vez que nos encontramos foi desse jeito, barzinho, algumas cervejas e tan-dãn, éramos um casal. Mas dessa vez era diferente. Quem me dera se fosse um primeiro encontro de novo, longe disso. Era uma despedida. E quem olhasse para mim sabia que aqueles olhos estavam inchados de tanto chorar. Ele continuava um tanto inexpressivo, mas eu quase não me importava mais com isso. Fazia pelo menos dois meses que me preparava para aquele momento. Chorava todos os dias que era para ver se as lágrimas secavam e eu poderia dizer adeus como quem avisa que está indo comprar um picolé na padaria. 
Em um guardanapo escrevi com uma bic azul "Já estou com saudades" e arrastei pela mesa de madeira pouco iluminada, guardanapo e caneta, até encontrar as mãos dele. Ele rabiscou e devolveu-me da mesma maneira. "Vou sentir sua falta também" e riu simpático quando eu olhei para ele após ler. Meu olho ardeu e meus planos de ser forte foram todos por água abaixo. Apenas abaixei o rosto e uma lágrima caiu. Marcou o guardanapo que eu ainda tinha em mãos. 
E nessa noite as lágrimas foram pesadas como nunca antes. 

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