sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Como eu quase virei um número.

Não há um dia sequer que se passe e não haja notícias sobre acidentes de trânsito. Segundo dados fornecidos pelo DETRAN mais de 30 mil pessoas morrem no trânsito todos os anos - são mais de 80 pessoas por dia, ou 1 a cada 18 minutos.


Hoje, ao atravessar uma das cinco faixas de pedestre do Pistão Sul eu quase me tornei mais um número para os dados do DETRAN. Pois é, eu conversei com a dona morte, mas ela me deixou novamente viva para contar essa história.

Já quase morri algumas vezes. E, por coincidência, sempre estavam envolvidos a algum meio de transporte. Seja carro, moto, ônibus, caminhão. Dessa vez foi um carro, mas eu estava a pé.

Eu desci do ônibus, atravessei a primeira faixa de pedestre, a segunda, a terceira. Estava pensativa, em outro plano. Eram quase três da tarde. Havia mais gente por perto esperando o sinal fechar. Estava com o fone no ouvido. Olhei para a moça ao lado. Olhei para o sinal dos carros, estava vermelho, mas ninguém se movia. Olhei para o sinal dos pedestres, ficou verde. São três faixas para os carros, nas duas mais distantes os carros já paravam. Eu dei o primeiro passo dentre todas as pessoas que estavam na calçada. Ouvi gritos. Ouvi vozes muito rápidas. Mas o pé já pisava o chão. E um carro passou na minha frente. Incrivelmente perto de mim. "Quase" eles ficaram falando. Sem susto, sem coração palpitando (talvez já estivesse cansado de tantos naquele dia). Vi o carro se distanciando. Mais alguns passos até perceber a dimensão do que acabara de acontecer. Eu quase (quase mesmo) morri.


Bastavam 15 centímetros para eu partir.

Um comentário:

  1. Enxergo acontecimentos deste porte como: Cuidado! Pare, pense e principalmente OLHE! Veja primeiro o inimigo em sua direção e não confie nas faixas.

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E aí?