sábado, 17 de setembro de 2011
Umbigo
Havia uma sala cheia de pessoas. E você conhecia todas. Observou-as e voltou a olhar para você mesmo. Ao invés de interagirem entre si, contar uns aos outros sobre suas vidas, discutir futebol-política-religião e marca de carro, estavam elas, cada uma a observar o próprio nariz. Vesgas, todas. Você também estava lá, mesmo que não entendesse ao certo o porquê. Fechou os olhos longamente. E abriu. Pupilas dilataram-se por conta da forte iluminação. Então você percebe que aquilo não está certo, não pode estar. Você as observa. E ninguém te vê. Ninguém quer te ver. Chamou então pelos seus nomes. Pareciam não lhe ouvir. Gritou. Gritou mais. Tentou sair de onde estava. Quando tentou correr, caiu. Seus pés estavam acorrentados aos das pessoas ao seu lado. E elas não te ouviam. Não viram sua angústia. Sua dor. Ninguém te ajudou.
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Ninguém nem sequer reparou na angústia que te sufocava, e cada vez mais...
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