sexta-feira, 13 de maio de 2011

FIM

    Quando você me encontrar, estarei dormindo. A serenidade estará exposta no meu rosto. Você ouvirá Comfortably numb. Afinal, está no modo replay, até que alguém desligue. A princípio, ninguém notará. Haverá um envelope perto do que era eu. Meu celular, sem nenhuma ligação, o que não era grande novidade. Talvez o sol realce o que resta do que um dia foi belo. E uma carta muito bonita terá sido escrita. A mais bela carta que já fiz. Lágrimas rolarão ao lê-la, e ela será lida por muitos. Caixas vazias, cartelas de medicamentos sem comprimidos. Quem sabe algum último álcool. Algumas fotos. Minhas últimas recordações. 
    Tudo que queria esquecer e relembrei uma última vez, tudo que tanto quis ter, tudo que me fez não suportar mais. E o seu nome talvez esteja lá.  Você talvez seja o que quase me fez desistir da ‘boba’ idéia. Mas você pode ser o maior responsável. Não pelos momentos ruins, mas por perceber que não agüentei sem os melhores tempos de minha vida. Desculpem-me, mas não consegui salvar a humanidade, pessoal... Eu sequer consegui salvar minha vida. Vocês terão de seguir sem mim. 

    Bastaria esboçar algum interesse. E acredite, eu esperei. Até quando perdi as esperanças. Não me restava mais nada. E se tudo isso estivesse prestes a acontecer exatamente agora? Enquanto você lê cada uma dessas palavras? É drama, que seja drama então.


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