segunda-feira, 16 de maio de 2011

Rosa



Não me lembro bem como aconteceu, 
mas ali estava,
uma rosa em minhas mãos.
Eu a segurava delicadamente.

A observei demoradamente
Do seu cheiro me lembro bem
Era tão bonita
A mais bela que já havia visto.

Então mudou de cor.
De vermelha passou a vinho,
e desta para marrom,
Mas ainda carregava sua beleza inicial.

Então eu a quis mais perto de mim.
E quanto mais a pressionava contra meu peito
mais lágrimas desciam dos meus olhos
Seus espinhos rasgavam-me.

Eu não me importava 
grandemente com a dor.
Porque ao menos ela estaria
um pouco mais próxima de mim.

No início era outono
e agora outro outono já é.
Abandoná-la não posso.
Mas guardá-la tentarei.

Colocarei a rosa em uma caixinha de vidro
e vedarei.
Não quero perder as lembranças
que iriam embora com a rosa.

Mas também já carrego 
cicatrizes demais.
Então a guardarei dentro de mim,
Mas não em local acessível.

Guardarei tão bem guardada
que parecerá escondida.
Então as feridas tornarão-se
apenas marcas de guerra. 

Até que eu sinta saudade
da minha rosa querida.

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